BRUXOS
Quais dos “bruxos e bruxas famosos” existiram de
verdade?
Quando embarcam pela primeira vez no Expresso Hogwarts, Rony
mostra a Harry as figurinhas dos bruxos e bruxas famosos que vêm dentro da embalagem dos
sapos de chocolate. Ele cita alguns: Dumbledore, Merlim, Paracelso, a druida
Cliodna, Hengisto de Woodcroft, Morgana, Ptolomeu e Circe. Alguns desses bruxos
existiram mesmo. Outros existem em lendas que já têm centenas de anos.
Agrippa: Heinrich Cornelius Agrippa foi um mago que viveu na Renascença. Nascido Heinrich
Cornelius, perto de Colônia, Alemanha, em 1486, ele adotou o nome de Agrippa em
homenagem ao fundador de sua cidade natal.
Trabalhou como médico, advogado, astrólogo e com curas através da fé. Mas fez
tantos inimigos quanto amigos e foi acusado de feitiçaria. Em 1529, publicou um
livro chamado Sobre a Filosofia Oculta, valendo-se de textos hebraicos e
gregos para argumentar que a melhor maneira de chegar a conhecer a Deus era por meio da magia. A Igreja declarou-o um herético e o prendeu. Morreu
em 1535.
Agrippa foi uma das inspirações de Wofgang Goethe para escrever a peça Fausto,
na qual um homem de ciência faz um pacto com o diabo – semelhante ao pacto
entre Voldemort e seus seguidores. Seu nome é também o termo usado para
designar um livro de magia muito especial, cortado no formato de uma pessoa. Bem a propósito, sua figurinha é uma das mais raras.
O filósofo e mago Heinrich Corelius Agrippa.
A druidisa Cliodna: Na mitologia irlandesa, Cliodna desempenha diversos papéis, de deusa da beleza a
mandatária da Terra Prometida – a vida após a morte. Ela é também a deusa dos
mares. Alguns dizem que seu rosto surge nas praias em cada nona onda que se
quebra no litoral. Ela tinha três pássaros encantados que curavam os enfermos.
Paracelso: Phillipus
Aureolus Paracelso, nascido na Suíça em 1493, é considerado o fundador da química
e da medicina modernas. Começou a vida como médico e depois dedicou-se ao
estudo da magia, especialmente a alquimia e a arte das profecias. Sua reputação
como mago e sua trajetória como médico estão ligadas.
Como recusou-se a ficar limitado à formação médica tradicional e desenvolveu seus
próprios métodos terapêuticos, foi acusado de bruxaria. Mas Paracelso ignorou
seus críticos: “As universidades não ensinam tudo”, ele disse, “portanto, um médico
precisa procurar as anciãs sábias, os ciganos, os bruxos e os feiticeiros de
tribos, velhos ladrões e outros foras-da-lei para extrair deles o conhecimento.
Um médico precisa ser um viajante. Conhecimento é experiência.”
O talentoso médico Paracelso.
Paracelso desenvolveu vários remédios úteis. Também descobriu a causa
da silicose, uma doença comum entre os trabalhadores de minas, causada pela
inalação de vapores metálicos, que anteriormente era atribuída a maus
espíritos. Paracelso ajudou a controlar um surto de peste, em 1534, usando uma
espécie de vacina.
Suas posições e seus êxitos angariaram antipatia no meio médico. Paracelso
passou mais de uma década exilado dos círculos acadêmicos e foi forçado a fugir
para a cidade de Bassel, sob a proteção da noite, em 1528. Mas, por ocasião de
sua morte, em 1541, sua reputação já havia crescido enormemente.
Morgana: Morgana
foi uma feiticeira poderosa da mitologia britânica, especialmente dotada nas artes da cura.
Merlim foi seu tutor e, algumas vezes, é dito que ela era meia-irmã do Rei Artur.
Apesar disso, sempre rivalizou com Artur,
roubando sua espada, Excalibur, ou mesmo tramando sua morte.
De acordo com algumas lendas, ela viveu no estreito de Messina.
Uma corrente incomum que atravessa aquela região puxa as criaturas fosforescentes das
profundezas para a superfície, criando a impressão de estranhas luzes ou de
objetos flutuando sobre a água. Essas figuras são chamadas Fata Morgana, sendo
que fata, em italiano, significa fada.
Merlim:
Ele é
considerado um dos mais sábios magos que já existiram, um bruxo-mestre. Dizem
que foi conselheiro dos reis britânicos Vortigern, Uther Pendragon e Artur.
Embora a lenda possa ter se baseado em alguém que tenha existido de fato, o
Merlim que conhecemos é um personagem tirado da fantasia.
Por exemplo, alguns dizem
que foi ele quem colocou no lugar as enormes pedras de Stonehenge. Outros dizem
que ele possuía o dom da profecia porque vivia ao contrário, do futuro para o
passado, e portanto já tinha visto o futuro.
Merlim é mais conhecido como o mentor do Rei Artur. Um notável paralelo é
que ele ocultou o garoto Artur, protegendo-o, do mesmo modo como Dumbledore
escondeu Harry de Voldemort. O poeta Alfred Lord Tennyson reconta parte dessa
lenda em Idylls of the King:
Por causa da amargura e do sofrimento
Que oprimiu sua mãe, bem antes do seu nascimento,
Artur veio ao mundo, e assim que nasceu
Foi enviado às escondidas
Para Merlim, para ser criado em lugar distante
Até que fosse chegada sua hora-, e tudo porque os lordes
Daqueles dias violentos eram os próprios senhores da
violência,
Bestas ferozes que com certeza teriam feito a criança
Em pedaços, dividindo-a entre eles, se soubessem que ela existia,
já que cada um deles
Nada mais almejava senão ser o próprio poder,
E muitos deles odiavam
Uther.
Razão pela qual Merlim
levou a criança
E a confiou a Sir Anton, um
ancião cavaleiro
E antigo amigo de Uther, e
sua mulher então
Cuidou do jovem príncipe,
criando-o entre seus próprios,
E nenhum homem disso soube.
Assim, os lordes Lutaram
uns contra os outros como bestas ferozes,
Enquanto o reino se
arruinava.
Posteriormente, Merlim tornou-se tanto o tutor quanto o
conselheiro de Artur, usando sua aguçada inteligência e sua poderosa magia para
ajudar o jovem rei a lutar contra os inimigos da Bretanha.
De acordo
com algumas histórias, Merlim foi enganado pela Dama do Lago, a quem amava, e
levado a criar uma coluna mágica feita de ar, que ela então utilizou para
aprisioná-lo para sempre.
Hengisto de Woodcroft: Este mago ou é, ou recebeu seu nome em homenagem ao rei saxão da Inglaterra. O Rei
Hengisto e seu irmão Horsa – seus nomes vêm das palavras em alemão para “garanhão”
e “cavalo” – chegaram à Inglaterra em 449 a .C, como mercenários,
para ajudar o Rei Vortigern a derrotar a rebelião dos Pictos e dos Celtas da
Escócia. No entanto, começaram sua própria rebelião. Hengisto fundou o reino de
Kent.
Apesar de não ser chamado de Hengisto de Woodcroft nas crônicas
anglo-saxônias, quando inquirido por Vortigern ele proclamou: “Adoramos os
deuses de nossa terra: Saturno, Júpiter e outros que comandam as leis do mundo,
e mais especialmente Mercúrio, que em nossa língua chamamos de Woden (relativo
à madeira). Nossos ancestrais dedicavam o quarto dia da semana a ele, que até
hoje é chamado de Wednesday (quarta-feira) em alusão a seu nome.” É
razoável supor que Hengisto tenha também chamado seu reino de Woden (croft em
inglês significa “terreno”, “pequena fazenda”).
O mais provável entretanto é que o nome Woodcroft seja simplesmente um dos
que J. K. Rowling descobriu num mapa e gostou. Em Peterborough, na Inglaterra,
no norte de Kent, existe o Castelo Woodcroft, lugar famoso por seus
assassinatos e fantasmas. Em 1648, o Dr. Michael Hudson, capelão do Rei
Charles, ali foi morto durante uma batalha contra as tropas de Cromwell.
Conta-se que ele assombra o castelo, aparecendo sempre no aniversário da sua
morte. Rumores de batalha, então, podem ser ouvidos, assim como os gritos de
Hudson implorando misericórdia.
Circe: No poema
épico de
Homero, a Odisseia, Circe é apresentada como “a deusa poderosa e sagaz”
que vive numa ilha. Os homens de Ulisses, voltando para casa depois da Guerra de Tróia, param em sua ilha e se tornam vítimas de seu encantamento:
Quando chegaram à morada de Circe, viram que era construída de pedras cortadas da
montanha, num sítio que poderia ser avistado de longe, do meio da floresta. Por
toda a sua volta, era guardada por lobos e leões ferozes - pobres criaturas,
vítimas de seus feitiços, que ela havia dominado pela magia e submetido às suas
poções. Logo atingiram os portais de entrada da morada da deusa e, ali parados,
podiam ouvir que Circe, lá dentro, cantava enquanto trabalhava em seu tear,
tecendo uma rede tão fina, tão macia, e de cores tão deslumbrantes, que nenhuma
outra deusa poderia tecer. Chamaram e ela desceu ao encontro deles, abriu os
portais e os convidou a entrar. Sem suspeitar de nada, eles a seguiram.
Uma vez que ela os viu dentro da casa, fez com que se sentassem e
preparou uma bebida com mel, à qual misturou suas poções venenosas, o que os faria esquecer
quem eram e de onde vieram. Depois que a beberam, transformou-os em porcos com
um simples gesto de sua varinha mágica, para logo a seguir prendê-los no
chiqueiro. Tinham toda a forma de porcos — cabeça, pelos — e também grunhiam
como porcos, mas sua consciência era a mesma de antes e eles se lembravam
claramente do que haviam sido.
Foi o próprio Ulisses que, tendo tomado uma poção especial, conseguiu
resistir ao encantamento de Circe e, ao final do episódio, conseguiu libertar
os seus homens.
Alberico Grunnion: Este nome deve ter sido inspirado pelo de Alberico, o poderoso
bruxo do poema épico germânico Nibelungenlied (A Canção dos Nibelungos). O poema é um registro mítico
de um evento histórico - a vitória dos hunos sobre o reino da Burgundia (hoje,
parte da França), em 437 d.C. Foi a base de muitos trabalhos modernos, sendo o
mais importante o Anel dos Nibelungos, uma série de peças de ópera
ligadas entre si, compostas por Richard Wagner no século XIX. (Quando você vir
desenhos com cantores de ópera usando capacetes com chifres, pode ter certeza
de que estão cantando uma das óperas de Wagner).
Na versão de Wagner, Alberico é o rei dos duendes, cheio de ódio e de
ambição. Quando descobre um tesouro em ouro, guardado por donzelas inocentes,
faz de tudo para obtê-lo, até mesmo renunciar para sempre ao amor. Ele usa o
ouro para fazer um anel que lhe dá grande poder. Quando o anel é roubado,
Alberico joga sobre ele uma maldição. Todo aquele que o usar padecerá enormes
sofrimentos. Na continuação da história, outros personagens tentam conquistar o
anel e pagam caro por isso.
GUIA DAS ABREVIAÇÕES DOS TÍTULOS DOS LIVROS
Harry Potter e a Pedra Filosofal. A Pedra
Harry Potter e a Câmara Secreta: A Câmara
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban: Azkaban
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