¯ INTRODUÇÃO ¯
Se você é como a maioria dos fãs de Harry
Potter, na certa sabe que o objeto de estimação de Harry é a sua vassoura
voadora, que o assunto favorito de Hermione é a aritmancia e que uma criatura
fantástica chamada hipogrifo ajudou Sirius Black em sua fuga. Mas por acaso
você sabia que, no passado, as pessoas acreditavam que os magos voavam sobre
forcados, que a aritmancia é uma antiga forma de adivinhar o futuro e que quem
montou no hipogrifo pela primeira vez foram os lendários cavaleiros de Carlos
Magno? Ou que Nicholas Flamel, criador da Pedra Filosofal e amigo do professor
Dumbledore, existiu de fato?
As aventuras espantosas de Harry e seus
amigos passam tão depressa que poucas vezes temos chance
de refletir sobre a riqueza da mitologia, do folclore e das histórias reais que
estão brilhando abaixo da superfície. Um dos maiores prazeres de ler os livros
de Harry Potter vem, justamente, dessa riqueza extraordinária do universo
mágico que eles contêm — universo criado, em parte, pela imaginação
aparentemente ilimitada de J. K. Rowling e, em parte, pela vasta tradição
popular de magia, espalhada pelo mundo todo. Poções e encantos, gigantes e
dragões, caldeirões e bolas de cristal — todos têm histórias fascinantes e
muitas vezes surpreendentes que remontam a
centenas e, às vezes, a milhares de anos. Varinhas mágicas como
aquelas vendidas no Beco Diagonal foram, no passado, feitas por feiticeiros
druidas com galhos do teixo sagrado. Poções de amor são muito antigas e já
podiam ser encontradas na Grécia e Roma antigas. Livros de feitiços e de
maldições — de leitura obrigatória na Escola de Bruxaria e Magia de Hogwarts —
eram muito populares (mas também muito malvistos) na Idade Média.
O Manual do Bruxo dá, ao leitor curioso, a chance de pesquisar qualquer coisa “mágica” que
apareça nos primeiros quatro livros de Harry Potter e descobrir uma fascinante
e inesperada riqueza de informações. De onde vem o poder da Pedra Filosofal?
Quais foram as primeiras palavras mágicas? Será que J. K. Rowling sonhou com o
aterrador basilisco, com as sedutoras veelas, ou com o terrível grindylow? E,
se essas e outras criaturas fantásticas não foram inventadas por ela, quem as
criou? O Manual do Bruxo traz as respostas.
A história de todas as crenças mágicas é muito
ampla. Ao escrever este livro, tivemos de deixar de fora mais coisas do que
fomos capazes de incluir nele. As ricas tradições da magia e da mitologia da
China, da África, da Índia, do Japão, da Austrália e da América do Sul quase
não são mencionadas. Em vez disso, nos restringimos às lendas e mitos
diretamente ligados ao mundo de Harry. Quase todas as práticas de magia
ensinadas na Escola de Hogwarts têm raízes na tradição da magia ocidental,
surgida nos antigos impérios do Oriente Médio, da Grécia e de Roma. Criaturas
imaginárias como o centauro, a manticora e o unicórnio provêm dessa mesma
tradição. Muitos dos outros seres mágicos, como os elfos, os gnomos, os
duendes, os hinkypunks e os trasgos, têm raízes no folclore do norte da Europa
e das ilhas britânicas.
Quando começamos a escrever O Manual do Bruxo, perguntamos a fãs de Harry Potter quais
eram os assuntos mais interessantes para eles. Alguns queriam conhecer mais a
respeito de feitiços, encantamentos e maldições. Outros estavam ansiosos para
conhecer melhor os bichos-papões, os barretes vermelhos e outras criaturas
mágicas. Claro que você terá seus próprios interesses em particular: fique à
vontade para explorar e consultar este livro da forma que preferir. Este livro
também é mágico e pode ser
lido como você preferir. Se quiser, leia tudo, de uma ponta à
outra. Ou então vá pulando entre os verbetes, que colocamos em ordem alfabética
para facilitar a consulta. Talvez você prefira começar pelo verbete Magia, que
é uma boa introdução sobre esse assunto fascinante. Mas pode começar por onde
bem entender — e na certa vai acabar passando por todas as páginas. O
importante é que você se divirta e aprenda coisas interessantes em sua leitura.
Em cada verbete, tentamos dar uma visão geral do assunto e mostrar suas raízes na mitologia, no folclore e na
história. Quando uma palavra estiver em negrito, significa que há um verbete
específico para ela. No final da
maioria dos verbetes, você encontrará este símbolo e uma abreviatura que
indica o ponto em que o assunto aparece nos livros de Harry Potter. “Pedra
Filosofal, 5”, por exemplo, remete a Harry
Potter e a Pedra Filosofal, capítulo 5. “Câmara Secreta” remete a Harry Potter e a Câmara Secreta, “Prisioneiro de Azkaban” remete a Harry Potter e o Prisioneiro de
Azkaban e “Cálice de Fogo” remete a Harry Potter e o Cálice de Fogo. Todas as referências correspondem às
edições brasileiras.
Fazendo nossas pesquisas para O Manual do Bruxo, aprendemos muitas coisas curiosas que
nunca havíamos imaginado. Por exemplo: como ler a sorte nas
folhas de chá, como livrar-se de duendes, como colher raízes de mandrágora sem
correr nenhum risco e como usar a aritmancia para escolher o que você vai comer
no almoço. Sentimo-nos mais seguros agora que sabemos como identificar um
demônio e o que fazer quando formos atacados por um ghoul (nunca, jamais, bata
nele duas vezes!).
É bom ter essas informações por perto: nunca se sabe quando poderemos
precisar delas!
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