segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 5







Por acaso você pega resfriados e infecções com muita facilidade? Tem tendência a atrair a atenção das pessoas erradas? É perseguido pelo azar? Se a resposta a alguma dessas perguntas for sim, talvez o médico lhe recomende exatamente um amuleto. De fato, séculos atrás, os médicos realmente indicavam um amuleto para prevenir doenças, evi­tar o azar ou espantar os maus espíritos.



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Por acaso você pega resfriados e infecções com muita facilidade? Tem tendência a atrair a atenção das pessoas erradas? É perseguido pelo azar? Se a resposta a alguma dessas perguntas for sim, talvez o médico lhe recomende exatamente um amuleto. De fato, séculos atrás, os médicos realmente indicavam um amuleto para prevenir doenças, evi­tar o azar ou espantar os maus espíritos.
Um amuleto (da palavra latina amuletum, que significa "método de defesa") é um objeto concebido para proteger do mal, por meios mági­cos, o seu dono. Os amuletos podem ser de qualquer tamanho, formato ou material. Quando Hogwarts é atacada por uma misteriosa epidemia de Petrificação, Neville Longbottom tenta proteger-se com um amuleto feito de uma cebola verde e fedorenta! Os amuletos vão desde pequenos pingentes, anéis e sachês de ervas (usados ao redor do pescoço para pre­venir doenças) até volumosas estátuas e tapeçarias de parede destinadas a proteger uma casa inteira, um prédio ou uma vila. Os antigos habi­tantes da Babilônia gostavam de espantar os maus espíritos usando pequenos cilindros de argila incrustados com pedras preciosas. Os romanos colecionavam esculturas de Príapo, o deus da sorte e da fertilidade, e muitas pessoas, sobretudo no campo, até hoje penduram ferraduras acima da porta a fim de evitar o azar e as visitas indesejáveis.


Á cruz de Ankh simbolizava a vida eterna
e era usada como proteção contra as doenças.

Os amuletos estão presentes em quase todas as sociedades desde o início da história da humanidade. Os amuletos mais antigos provavel­mente foram apenas fragmentos de pedra ou de metal cujas cores bri­lhantes ou formatos incomuns davam a impressão de que talvez tivessem algum poder mágico. (Na Índia e na Tailândia, ainda são usados pedaços de coral cor-de-rosa para espantar o mau-olhado.) Ao longo do tempo, porém, virou costume fazer amuletos na forma de animais, de figuras de deuses e deusas, bem como de símbolos mágicos. Imagens de chifres e mãos (que simbolizam a fertilidade e a vida) e desenhos ou entalhes do olho humano (que sugerem a vigilância eterna) aparecem em amuletos no mundo inteiro. Muitos amuletos também trazem inscritas palavras mágicas, breves encantamentos ou o nome de deuses.
Embora o seu apelo seja quase universal, os amuletos estão mais estrei­tamente associados aos antigos egípcios, que os usavam em todos os lugares — até em suas sepulturas. Em geral, as múmias eram sepultadas com uma porção de amuletos em forma de besouros, chamados escaravelhos. Os egípcios acreditavam que essas pequeninas estatuetas de pedra, que têm o mesmo nome de um tipo de besouro encontrado no Egito, impe­diam que a alma do morto fosse devorada por Ammit o Devorador — uma tenebrosa mistura de leão, hipopótamo e crocodilo que protegia a balança da justiça no reino dos mortos dos egípcios. Ao que tudo indica, quanto mais importante era a pessoa, mais escaravelhos levava para o reino dos mortos. Quando o corpo do rei Tutancâmon foi desenterrado, há cerca de oitenta anos, encontraram-se mais de 140 amuletos enfiados entre as tiras de pano da sua múmia! Outros amuletos comuns no Egito, como o ankh (um hieroglifo egípcio que representava a vida) e o wadjet (comumente conhecido como o Olho de Hórus), serviam a fins mais práticos: proteger os egípcios da morte, da doença e do mau-olhado.
Infelizmente, os amuletos têm suas limitações. Por exemplo, só podem proteger a pessoa dos perigos específicos para os quais se desti­nam. Um escaravelho pode espantar Ammit o Devorador, mas é inútil contra vampiros, hinkypunks e arqueólogos que estão cavando atrás de tesouros. E se formos travar uma batalha contra as forças do mal, é importante não confundir os amuletos com os seus primos, os talismãs.
Ao contrário das espadas encantadas, dos mantos da invisibilidade e de outros talismãs clássicos, os amuletos não dão poderes mágicos a seus donos. Não se pode usar um amuleto como arma, mas apenas como pro­teção. Assim, se você estiver planejando alguma aventura épica — como matar um dragão, por exemplo —, provavelmente é melhor trocar o seu pé de coelho pela espada de Sir Godric Gryffindor. Mas, se preferir ficar em casa, que é um lugar bonito e aconchegante, nada supera um amule­to para manter à distância as forças hostis.



O MAU-OLHADO

A idéia assustadora de que um olhar pode matar esteve pre­sente em quase todas as civilizações ao longo da história e inspirou a criação de amuletos e de muitas outras proteções contra a maldade sobrenatural. O mau-olhado — um olhar hostil que algumas pessoas acreditam trazer má sorte, doença ou até a morte — é citado no Velho e no Novo Testamento da Bíblia, bem como nos textos das antigas Suméria, Babilônia e Assíria. Na Idade Média, diziam que as bruxas usavam o mau-olhado contra qualquer pessoa que passasse por elas, levando a vítima a adoecer, perder o amor da esposa ou do marido, ou então arruinar-se nos negócios.
Dizem que as crianças e os animais são especialmente vul­neráveis ao mau-olhado. Em muitos locais onde as supers­tições ainda são fortes, considera-se pouco prudente chamar atenção para a beleza de uma criança, já que isso pode fazer com que alguém invejoso lance um mau-olhado contra ela.
A proteção básica contra o mau-olhado é um amuleto -muitas vezes na forma de um sapo, de um chifre ou, no caso dos antigos egípcios, de um olho conhecido como Olho de Hórus. Se não houver nenhum amuleto disponível, o melhor é ter uma reação rápida e fazer um gesto simbólico. Você pode, por exemplo, usar sua mão para formar "chifres", er­guendo o indicador e o mindinho, caso algum mau-olhado cruze o seu caminho. Outras proteções são os sinais da bruxa, os trevos (na Irlanda), o alho (na Grécia) e a cevada (na índia). Acredita-se também que fitas vermelhas ou sininhos amarra­dos nos animais domésticos ou na roupa das crianças fazem com que o mau-olhado se perca.


O Olho de Hórus era um dos amuletos mais populares no antigo Egito.
Os egípcios acreditavam que usar este amuleto as protegia do mal.





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