sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 9







Não se deve confundir astrologia com astronomia, embora as duas palavras compartilhem a mesma raiz grega, astron, que significa "estrela". A astronomia é o estudo científico dos corpos celestes, como estrelas, planetas, luas, cometas e meteoros; a astrologia é uma atividade mais fantasiosa que pretende explicar e interpretar a influência dos corpos celestes sobre a vida terrena.



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Quando os centauros da Floresta Proibida falam do brilho do planeta Marte, estão fazendo mais do que um comentário pas­sageiro a respeito da beleza do céu noturno. Suas palavras são uma predição velada de alguma coisa nefasta, que envolve raiva, violência e talvez vingança e derramamento de sangue. Esses centauros praticam a astrologia e sabem ler o futuro nas estrelas.
Não se deve confundir astrologia com astronomia, embora as duas palavras compartilhem a mesma raiz grega, astron, que significa "estrela". A astronomia é o estudo científico dos corpos celestes, como estrelas, planetas, luas, cometas e meteoros; a astrologia é uma atividade mais fantasiosa que pretende explicar e interpretar a influência dos corpos celestes sobre a vida terrena. As duas disciplinas surgiram na antiga Babilônia (onde atualmente fica o Iraque), há mais de 7.000 anos, quan­do os observadores do céu passaram a registrar cuidadosamente os movi­mentos do Sol, da Lua e das estrelas. Uma de suas primeiras observações foi que, embora a maioria das estrelas permanecesse na mesma posição em relação umas às outras, havia algumas poucas que se comportavam de outra forma. Junto com o Sol e a Lua, essas chamadas "estrelas errantes", que os antigos acreditavam ser as moradas dos deuses, viajavam por uma estreita faixa do céu, conhecida como zodíaco. Hoje sabemos que esses corpos errantes na verdade não são estrelas, mas sim planetas (em grego, planeta significa "errante").
Os babilônios logo atribuíram aos planetas significados particulares e divindades residentes, com base na sua aparência. Por exemplo, Marte, que tem um nítido brilho avermelhado, foi considerado ardente e san­grento e passou a ser identificado com o deus da guerra (Nergal para os babilônios, Ares para os gregos, Marte para os romanos). Vênus, que brilha mais do que qualquer outra estrela mas pode desaparecer durante seis semanas seguidas, era a causadora do amor, podendo ser fiel ou volúvel. E Saturno, que parece atravessar o céu mais devagar do que os demais planetas visíveis, porque é o mais distante deles, foi associado ao mal, à velhice, ao abatimento e à morte. Só se conheciam os cinco pla­netas visíveis a olho nu (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) e acreditava-se que, junto com o Sol e a Lua, todos eles giravam em redor da Terra, tida na época como o centro do universo.
Além de observar os padrões variáveis do cosmo, os observadores do céu da Babilônia tentaram relacionar o que viam aos fatos na Terra, como terremotos, enchentes e outras catástrofes naturais. Seu raciocínio era simples: acreditavam que, no universo, tudo estava interligado e, por­tanto, os fatos do firmamento tinham de refletir, ou até profetizar, os fatos da Terra. Por exemplo, o surgimento de um cometa, o mais imprevisível dos fatos celestes, podia ser o presságio de um acontecimento importante, como a morte de um rei. Fatos mais comuns — como a lua cheia, eclipses, o aparecimento de um círculo brilhante ao redor da Lua ou a convergência de dois ou mais planetas — eram menos nefastos, mas ainda assim podiam anunciar fome, tempestade, inundação, epidemia ou alguma outra catástrofe.
Desse modo, a astrologia, mesmo na sua forma mais elementar, foi um importante instrumento de adivinhação. Seus praticantes vasculhavam o céu em busca de presságios e de padrões recorrentes e faziam previsões. Porém, ao contrário dos astrólogos atuais, que trabalham para qualquer um que esteja disposto a pagar, os astrólogos antigos restringiam suas atenções ao rei e a previsões que afetassem a população como um todo.


Os observadores do céu na antiga Babilônia foram os primeiros
a registrar de forma rigorosa todos os acontecimentos celestes que observavam.
Desenharam os primeiros mapas celestes por volta de 1800 a.C.

Isso mudou no século V a.C., quando se fixou a noção do zodíaco como um conjunto de doze constelações e os astrólogos passaram a ela­borar horóscopos individuais. Os gregos e os egípcios se interessaram pela astrologia no século III a.C. e acrescentaram muitos métodos novos e complexos, ligando a astrologia à medicina e à magia. Acreditavam não só que a posição das estrelas e dos planetas predizia acontecimentos, mas também que as estrelas afetavam a natureza física de todos e de tudo que estivesse na Terra. Eles supunham que cada signo do zodíaco influencia­va uma determinada parte do corpo humano e acreditavam até que cada flor, erva e planta medicinal eram regidas por um planeta diferente. Até os minerais e as pedras preciosas absorviam influências das estrelas. Um médico, portanto, precisava compreender os princípios da astrologia a fim de fazer o diagnóstico e tratar seus pacientes. Do mesmo modo, os mágicos que quisessem fazer experiências, lançar feitiços ou fabricar ta­lismãs precisavam compreender a astrologia para determinar as influências planetárias e descobrir o momento mais adequado para obter sucesso em suas atividades. Um feitiço de amor, por exemplo, viria num momento melhor se coincidisse com a influência de Vênus e não de Saturno.
Da Grécia e do Egito, a astrologia se espalhou até Roma, onde foi amplamente aceita como uma nova e formidável contribuição aos numerosos sistemas de adivinhação já em vigor. Vários pensadores influentes combateram a astrologia como uma superstição e seus praticantes foram banidos da cidade repetidas vezes, mas a demanda pública sempre os trazia de volta. Depois da queda do Império Romano no sécu­lo IV, a astrologia deixou de ser um fator importante na vida européia até o século XII, quando o conhecimento do assunto retornou através dos árabes.
Durante a Idade Média, as universidades na Inglaterra, França e Itália ensinavam astrologia e a maioria dos reis e rainhas europeus empre­gavam astrólogos em suas cortes a fim de elaborar seus horóscopos e lhes indicar os melhores dias para agir. Na Inglaterra renascentista, a rainha Elizabeth I pediu ao matemático e astrólogo John Dee que esco­lhesse a data da sua coroação, conforme as influências planetárias. Na França, a famoso astrólogo Nostradamus atuou de forma semelhante para a rainha Catarina de Médicis. E, embora a Igreja em geral fosse hos­til à astrologia, o Papa Urbano VIII, em 1629, contratou um astrólogo para realizar rituais mágicos com o intuito de prevenir os anunciados efeitos maléficos de uma série de eclipses.


A realeza européia consultava astrólogos com freqüência, antes de tomar decisões importantes. Este é um suposto retrato do célebre astrólogo francês Nostradamus.

Ao mesmo tempo, porém, acontecia a revolução científica. Em 1542, Copérnico afirmou que o Sol, e não a Terra, era o centro do sistema solar. Isso pareceu ameaçar a própria base da astrologia, pois os planetas que, supostamente, irradiavam sua influência sobre a Terra na verdade não giravam em torno da Terra. No século XVII seguiram-se outras descobertas científicas, e as pessoas sérias, em sua maioria, afastaram-se da astrologia. Contudo, ao mesmo tempo que a astrologia perdia prestí­gio, os almanaques astrológicos se tornaram imensamente populares e as pessoas começaram a determinar sozinhas os seus dias bons e maus, sem a ajuda de um profissional. As previsões diárias e mensais que encon­tramos ainda hoje nas revistas e jornais são parte de uma tradição inicia­da naqueles almanaques, séculos atrás.
Hoje, a astrologia ocupa uma posição peculiar. Embora não conserve quase nada do respeito intelectual que desfrutou em outros tempos, sua popularidade é enorme e muita gente considera as orientações astroló­gicas como verdades profundas. Mas os céticos são numerosos. Na ver­dade, algumas das pessoas mais céticas das quais conseguimos nos lem­brar são estudantes de uma certa escola de bruxaria e magia.


Cálice de Fogo, 13



DESASTRE E DOENÇA
A CULPA É DAS ESTRELAS

Se você pegar uma gripe, um americano diria, em inglês, que você está com flu. A palavra flu é uma abreviação de influenza, que hoje é o nome, em inglês, do vírus da gripe. Mas, quando alguém na Idade Média dizia que estava doente de influenza, não se referia a um vírus. A palavra, originalmente, significava "influência" e referia-se estritamente à influência astrológica das estrelas e dos planetas. As pessoas acreditavam que era essa influência, e não os germes, que fazia com que ficassem doentes. A palavra "desastre" deriva igualmente das crenças astrológicas e é uma combinação de dis, que significa "valor negativo", com astron, que significa "estrela". Quando ocorria uma calamidade, muitas vezes atribuía-se a causa a um dis-astron, ou uma estrela ruim.



O ZODÍACO

Milhares de anos atrás, os antigos observadores do céu notaram que, a cada ano, quando o Sol e os planetas se deslo­cavam pelo céu, percorriam sempre uma mesma trilha estrei­ta ao redor da Terra. Esse caminho, que os gregos denomi­naram zodíaco, foi dividido pelos astrólogos em doze seções iguais, chamadas "signos", cada uma associada a uma conste­lação — Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes — e a uma época do ano. Os astrólogos utilizam a posição do Sol e dos planetas no zodíaco para fazer previsões e definir a persona­lidade de pessoas nascidas em diferentes signos. As caracterís­ticas ligadas a cada signo foram estabelecidas há milhares de anos, mas vêm sendo aperfeiçoadas ao longo dos séculos. Eis algumas características elementares:

ÁRIES, O CARNEIRO (21 de março a 19 de abril): Pessoas nasci­das no signo de Áries são consideradas dinâmicas, entusias­madas, diretas, independentes, criativas e impacientes. Como os carneiros abrem seu caminho a golpes de chifres, os arianos são tidos como agressivos, resolutos e irritáveis.
TOURO (20 de abril a 20 de maio): Como é de se esperar para um touro, os que nascem neste signo possuem grandes reser­vas de vigor e resistência e também podem ser teimosos. Mas também são vistos como fiéis, afetuosos, pacientes, confiáveis e de espírito artístico.
GÊMEOS (21 de maio a 20 de junho): Os geminianos são con­siderados versáteis, animados, curiosos, sagazes e eloqüentes, mas muitas vezes superficiais. Como Castor e Pólux, os gê­meos mitológicos que deram origem ao nome da constelação, os geminianos são tidos como dedicados a suas famílias.
CÂNCER, O CARANGUEJO (21 de junho a 22 de julho): Os cancerianos são considerados intuitivos, solidários, rabugen­tos, tenazes, voltados para a família, imaginativos e domésti­cos. Como o caranguejo, eles podem ser duros por fora, mas moles por dentro.
LEÃO (23 de julho a 22 de agosto): Os leoninos são descritos como atrevidos, dramáticos, autoconfiantes, generosos, sociáveis e orgulhosos. Como o rei da selva, podem se mostrar dominadores, corajosos e sedentos de atenção.
VIRGEM (23 de agosto a 22 de setembro): Os virginianos são considerados analíticos, atentos a detalhes, zelosos, astutos e críticos, e tendem a ser perfeccionistas. Associados à ima­gem de uma donzela, os virginianos também podem ser recatados e cautelosos.
LIBRA, A BALANÇA (23 de setembro a 22 de outubro): Os librianos são tidos como elegantes, de boa índole, idealistas, românticos e inteligentes, mas muitas vezes indecisos. A cons­telação de Libra é representada como uma balança e os libria­nos são tidos como equilibrados em suas idéias e emoções e pesam as coisas com cuidado.
ESCORPIÃO (23 de outubro a 22 de novembro): Os escorpia­nos são considerados exaltados, ardorosos, reservados, sedu­tores, enérgicos e vingativos. Como o animal que inspira seu nome, os escorpianos podem ser rápidos e ousados e atacam na hora certa.
SAGITÁRIO, O ARQUEIRO (23 de novembro a 21 de dezem­bro): A constelação de Sagitário é representada como um centauro que puxa a corda de um arco e os sagitarianos são tidos como amantes da vida ao ar livre, dos esportes e dos animais. Honestos e de espírito filosófico, são também considerados inquietos, intrépidos e bem-humorados.
CAPRICÓRNIO, A CABRA (22 de dezembro a 19 de janeiro): Como as cabras, os capricornianos são tidos como persona­lidades estáveis e confiáveis que, no entanto, podem saltar por cima dos perigos e afastar com chifradas os obstáculos que surgem em seu caminho. São também vistos como ambi­ciosos, organizados, disciplinados, práticos e materialistas.
AQUÁRIO (20 de janeiro a 18 de fevereiro): Os aquarianos são vistos como originais, visionários, amigáveis e idealistas, mas são também desprendidos e obstinados. O signo é tradi­cionalmente representado pelo desenho de uma pessoa segu­rando uma jarra de água. Esta imagem simboliza a filantropia e o altruísmo.
PEIXES (19 de fevereiro a 20 de março): Como convém ao signo de Peixes, os piscianos são tidos como amantes da água e da natação. Sensíveis, receptivos, emotivos, imaginativos e compassivos, são também considerados desorganizados e sem senso prático.



O SIGNIFICADO DOS PLANETAS

Os astrólogos acreditam que o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão re­presentam, cada um, um aspecto singular da personalidade ou do caráter. Estes são seus significados tradicionais:

O SOL, o maior e mais brilhante corpo celeste do sistema solar, representa a essência da personalidade, seus aspectos fundamentais e seu modo de encarar a vida.
A LUA representa as reações emocionais e as necessidades inconscientes.
MERCÚRIO, cujo nome deriva do mensageiro dos deuses romano, representa a comunicação. O mais veloz dos planetas, também se destaca pela inteligência e capacidade de mudar.
VÊNUS, o planeta mais brilhante do céu, recebeu o nome da deusa romana do amor. Simboliza o romance, as afinidades, o amor e a beleza.
MARTE, cujo nome deriva do deus romano da guerra e pode ser identificado pela coloração avermelhada, simboliza a agres­sividade, o vigor físico e a capacidade de tomar iniciativas.
JÚPITER, o maior dos planetas do sistema solar, representa a boa sorte, a oportunidade e a capacidade de ampliar os ho­rizontes. Júpiter foi o deus supremo do panteão romano, equivalente ao deus grego Zeus.
SATURNO, o mais lento dos planetas visíveis, representa os obstáculos, temores e desafios. Saturno foi o deus romano da lavoura.
URANO, cujo nome deriva do deus grego do céu, Ouranos, representa o lado excêntrico e rebelde de uma pessoa. Indica mudança repentina, revolta e impaciência.
NETUNO representa imaginação, criatividade, sonhos e capacidade de distinguir a realidade da ilusão. Netuno tem seu nome derivado do deus romano do mar e representa coisas profundas.
PLUTÃO, o planeta mais distante do Sol, representa a obsessão, o inconsciente e a capacidade de transformar a própria vida. Plutão era o equivalente romano do deus grego Hades, deus do mundo subterrâneo dos mortos.







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