quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 53 parte 2







O tipo mais antigo de mágico histórico é o feiticeiro tribal, também conhecido como curandeiro ou xamã. Os xamãs foram os primeiros médicos, sacerdotes e especialistas no sobrenatural. Seus métodos remontam a pelo menos 30.000 anos e ainda (...)



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¯ O XAMÃ ¯


O tipo mais antigo de mágico histórico é o feiticeiro tribal, também conhecido como curandeiro ou xamã. Os xamãs foram os primeiros médicos, sacerdotes e especialistas no sobrenatural. Seus métodos remontam a pelo menos 30.000 anos e ainda hoje sobrevivem em certas culturas. Em muitas sociedades tribais, o xamã ocupava uma posição de poder e prestígio, só superada pelo chefe da tribo. Tinham muitas responsabilidades, como, por exemplo: a cura e a adivinhação; a comu­nicação com o mundo dos espíritos; a garantia do suprimento de comi­da através de magia que ajudasse na caça, na pesca e na fertilidade das colheitas; encontrar pessoas e objetos perdidos; localizar e identificar ladrões; proteger a aldeia e derrotar seus inimigos. Os xamãs faziam amuletos e talismãs, executavam rituais, lançavam feitiços e conheciam as propriedades médicas das plantas, ervas e minerais. Também eram guardiões das tradições e da mitologia da tribo.
Em certas culturas, o xamã herdava seu posto. Em outras, era indica­do por seu antecessor. Às vezes o xamã era uma pessoa aparentemente comum que recebia um "chamado" para a função, por meio de um sonho, visão ou mediante alguma experiência fora do normal. Ele se retirava, então, para a mata, onde vivia isolado, como um animal selvagem, durante semanas ou meses, enquanto aprendia a controlar seus dons. Muitas vezes jejuava por longos períodos. De acordo com a tradição, em algum momento ele teria um sonho ou visão em que receberia instruções de um espírito animal guardião a respeito do seu futuro, dos seus poderes e do seu papel na comunidade. Depois disso voltaria para a sociedade e começaria sua nova vida.
Dizia-se que a maior parte dos poderes do xamã provinha do reino invisível dos espíritos dos ancestrais e dos animais, com o qual ele entra­va em contato quando ficava em transe. As cerimônias xamanísticas fa­ziam parte da vida tribal e compreendiam cantos, danças e tambores, dos quais a comunidade participava e durante os quais o próprio xamã cos­tumava dançar num frenesi. Acreditava-se que ele deixava o próprio corpo, comunicava-se com seus espíritos-guias e voltava com informações preciosas. Conforme a cultura, o xamã podia vestir peles de ani­mais cerimoniais, pôr uma máscara ou um par de chifres, pintar o rosto e o corpo, ou envolver-se em um manto de penas, que simbolizava o seu "vôo" para um outro mundo.
Em muitas culturas, os rituais xamanísticos eram acompanhados por exibições de poderes sobrenaturais, em geral executadas por meio de truques. Usando a destreza das mãos e outras técnicas secretas, os mági­cos tribais podiam, aparentemente, apunhalar-se sem se ferir, caminhar sobre o fogo, escapar de cordas presas com nós, engolir facas, comer vidro e fazer bonequinhas dançarem. Por meio da ventriloquia, eles por vezes travavam conversas públicas com espíritos invisíveis. Essas exibições certamente causavam um impacto profundo na platéia e con­tribuíam para a eficiência psicológica da medicina xamanística.
O mais interessante é que o emprego de truques não significava ne­cessariamente que a capacidade do xamã de curar os doentes era fraudu­lenta. A maioria dos xamãs acreditava nos seus poderes, e a comunidade, também. Esse efeito psicológico era uma das coisas que os tornava efi­cazes. Claro que sempre ajuda se você puder exibir algum domínio do sobrenatural, sobretudo em cerimônias importantes.


Embora o xamanismo possa ser encontrado em muitas partes do mundo, ele esteve ligado, em sua origem, às culturas siberiana e esquimó. Esta gravura do século XVIII retrata um xamã do povo tungu, da Sibéria.






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