Sob muitos aspectos,
Alvo Dumbledore é o exemplo perfeito de um mago. Os magos sempre foram conhecidos por
sua sabedoria, e o diretor de Hogwarts é um perito em (...).
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Sob muitos aspectos, Alvo Dumbledore é
o exemplo perfeito de um mago. Os magos sempre foram conhecidos por sua
sabedoria, e o diretor de Hogwarts é um perito em dar conselhos sábios e em
lidar com situações difíceis. Seus poderes mágicos são inigualáveis, e seu
manto roxo ondulante, sua barba prateada e seu chapéu pontudo completam a
imagem de mago que todos nós conhecemos.
Essa imagem do mago é
um produto tanto da ficção quanto da história. Desde Merlim até o
próprio Dumbledore, a literatura conta com magos que podem se transformar em gatos
ou corujas, fazer grandes banquetes surgirem com um toque de suas
varinhas, desaparecer ou lançar feitiços que transformam castelos em repolhos.
Entre seus ancestrais históricos estão milhares de homens e mulheres de verdade
que viveram na Europa medieval e renascentista. Acreditava-se que eles possuíam
grande sabedoria e habilidades mágicas. As mulheres eram conhecidas como
curandeiras, sábias, ou bruxas boas, enquanto os homens eram chamados de
curandeiros, sábios ou magos.
A maior parte das aldeias da Europa
medieval tinha pelo menos um mago profissional que oferecia a seus clientes uma
variedade de serviços, entre eles encontrar objetos
perdidos, tesouros escondidos ou pessoas desaparecidas, detectar criminosos, curar
doenças, ler a sorte, lançar e quebrar feitiços, fazer amuletos e encantamentos
que protegeriam os donos de perigos naturais e sobrenaturais, bem como
preparar poções. A crença na magia era bastante difundida e o mago era,
em geral, respeitado e temido pela comunidade que servia. Até o século XVII, se
um mago denunciasse um ladrão (cuja identidade era geralmente obtida
perguntando à vítima sobre possíveis suspeitos e, então,
praticando algum tipo
de adivinhação), a acusação era levada a
sério e algumas vezes servia como base para prisões.
O aldeão podia buscar a assistência do mago para
quase tudo - ganhar nas cartas ou nos dados, livrar a casa de roedores, fazer
as crianças dormirem a noite toda, ou evitar a prisão por causa de dívidas.
Sendo o sábio e curandeiro local, o mago também dava conselhos sobre problemas
sentimentais ou ajudava a decidir que rumo seguir nos negócios ou na guerra.
Atendendo a um pedido, ele - ou seu correspondente feminino - podia ver o
futuro em uma bola de cristal, fazer um amuleto de proteção, preparar
uma poção ou instruir o cliente a colher determinada erva enquanto proferia um
encantamento. Em troca, recebia uma pequena gratificação ou donativo.
A maior parte dos clientes era pobre e,
conseqüentemente,
a maior parte dos magos e bruxas também. Mas os membros das classes mais altas
não hesitavam em consultá-los sempre que a ocasião permitia, e um mago que
tivesse renome entre os aristocratas podia ganhar muito dinheiro. Muitas
mulheres ricas pediam poções de
amor para atrair o marido que
queriam ou para reconquistar o amor de um esposo inconstante. Os homens
envolvidos na política buscavam, de vez em quando, a ajuda dos
magos, fosse para ganhar os favores de um rei, levar
adiante uma rebelião ou assegurar o sucesso
em uma missão diplomática
delicada.
Como os serviços
que eles prestavam eram muito requisitados, os magos da aldeia estavam relativamente a salvo de quaisquer
perseguições
oficiais contra todas as práticas de magia que ocorriam de tempos em tempos. Na
Inglaterra, quando os três Autos de Bruxaria foram passados, entre 1542 e 1604,
atividades como ler a sorte, fazer encantamentos de cura ou poções de amor, bem
como profetizar sobre tesouros ou bens roubados, passaram a ser crimes.
Entretanto, o número de pessoas perseguidas por tais crimes era bem pequeno se
comparado ao número daqueles que iam a julgamento por se envolverem em formas
nocivas de magia, tais como fazer pactos com o Diabo ou invocar espíritos
malignos. A maior parte das vezes, os magos da aldeia eram protegidos por seus
clientes. Contudo, eram vulneráveis aos caprichos de fregueses insatisfeitos,
que podiam denunciá-los às autoridades ou acusá-los de bruxaria.
Durante o século XVI, a
palavra "mago" começou a adquirir um novo significado. O termo não
era aplicado apenas aos sábios e curandeiros da aldeia, mas também aos mágicos
que praticavam alquimia e invocavam demônios, aos astrólogos da corte e
aos encantadores que faziam truques de mágica para divertir as pessoas. Por fim,
acabou designando os praticantes de qualquer tipo de magia e se tornou o termo
favorito dos contadores de histórias, que dotavam seus personagens com poderes
mais espetaculares do que qualquer mago de verdade poderia imaginar.
Pedra Filosofal, 4
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