terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 59







Merlim, o Mago — bruxo, profeta e conselheiro do rei Artur — é, provavelmente, o feiticeiro mais famoso de todos os tempos. As principais lendas inglesas contam que ele podia usar sua mágica para ganhar guerras, se transformar em um (...).



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Merlim, o Mago — bruxo, profeta e conselheiro do rei Artur — é, provavelmente, o feiticeiro mais famoso de todos os tempos. As principais lendas inglesas contam que ele podia usar sua mágica para ganhar guerras, se transformar em um galgo, ou um cervo, ver o futuro e controlar o destino dos homens.
Apesar de Merlim e sua vida serem apenas mito, pode ser que ele tenha alguma relação com uma figura histórica - um poeta galês do sécu­lo VI chamado Myrddin, que ficou louco durante uma batalha e fugiu para as florestas da Escócia, onde fez várias previsões sobre o futuro. O nome de Myrddin foi mudado para Merlim pelo historiador Geoffrey de Monmouth, que trouxe o mago para o folclore inglês em seu livro História dos Reis Britânicos, um relato das origens lendárias da Grã-Bretanha escrito em 1136. Com o passar dos séculos, a história de Merlim foi sendo desen­volvida por muitos escritores. O mais ilustre deles é Sir Thomas Malory, autor do relato do século XV sobre os Cavaleiros da Távola Redonda chamado Le Morte d'Arthur (A morte de Artur).
Assim como diversas figuras mitológicas, Merlim tinha pais incomuns que lhe deram dons especiais. Geoffrey de Monmouth conta que a mãe do grande mago era a honrada filha de um rei, enquanto seu pai era um demônio, ou espírito maligno, conhecido como "incubo". Merlim her­dou tanto a bondade de sua mãe quanto os poderes mágicos de seu pai. Ele mostrou suas habilidades sobrenaturais quando ainda era criança e, fazendo isso, salvou a própria vida.
A história começa com o rei britânico do século V chamado Vortigern, cujos esforços para construir uma torre sempre falhavam. Não importava quanto os trabalhadores conseguissem construir, o trabalho do dia ruía ao chão durante a noite. Desesperado, Vortigern con­sultou seus mágicos, que lhe disseram para fortalecer a torre misturan­do o cimento ao sangue de uma criança que não tivesse um pai humano. Com ordens para encontrar tal criança, os emissários de Vortigern logo descobriram Merlim e o levaram para o rei. Apesar de ter apenas sete anos, Merlim explicou que a torre era instável porque estava sendo construída sobre um lençol d'água. Ele também previu que, se o lençol fosse drenado, eles encontrariam dois dragões dormindo no fundo, dentro de duas pedras ocas. Quando viram que Merlim estava certo, o rei poupou sua vida.
Depois da morte de Vortigern, Merlim foi conselheiro de três reis - Aurelius, Uther de Pendragon e, o mais famoso, Artur, filho de Uther. Diz a lenda que, durante o reinado de Aurelius, Merlim construiu um dos mais conhecidos monumentos da Inglaterra, Stonehenge, usando seus poderes mágicos para transportar as enormes pedras da Irlanda. Aurelius queria construir um monumento impressionante e Merlim escolheu esse círculo de pedras - conhecido na Irlanda como a Dança do Gigante -porque acreditava-se que tinham grande poder de cura. Apesar de 15.000 soldados ingleses munidos de cordas e escadas terem sido inca­pazes de mover as pedras um só centímetro, Merlim as moveu em um instante. Leves como cascalho, com a ajuda da magia, as pedras foram levadas para barcos e, depois, para a planície de Salisbury, na Inglaterra, onde estão até hoje.
Na verdade, Stonehenge foi erigido em torno de 2100 a.C, milhares de anos antes da primeira história sobre Merlim. Contudo, algumas das pedras azuladas de Stonehenge de fato vieram de Gales. Sendo assim, a idéia de que as pedras foram encontradas em outro lugar e levadas para Salisbury por mar pode ter um fundo de verdade.
Durante o reinado de Uther de Pendragon, Merlim fez algo mais impressionante ainda. Uther havia se apaixonado por uma duquesa casa­da chamada Ygerna. Por causa desse amor, seu marido Gorlois, duque de Cornwall, a prendeu em um castelo cheio de guardas. Mas Merlim usou um feitiço para fazer Uther ficar exatamente igual a Gorlois, tornando sua entrada no castelo possível. Os guardas foram enganados, assim como Ygerna. Naquela noite, Artur, herdeiro do trono de Uther e futuro rei da Grã-Bretanha, foi concebido. Anos mais tarde, depois de o verdadeiro Gorlois ter sido morto em uma batalha, Ygerna e Uther se casaram.


Merlim sucumbe ao charme de Vivien.

Merlim protegeu Artur desde a infância até sua subida ao trono e, depois, atuou como seu profeta, bruxo e consultor militar, garantindo o sucesso do grande rei. Quando Artur tinha quinze anos, Merlim o ajudou a obter sua espada mágica, Excalibur. Mais tarde, no meio de uma bata­lha, ele pediu que Artur mantivesse Excalibur embainhada até que ele dissesse o contrário. Artur seguiu seu conselho, apesar de ter sido difícil, já que seus inimigos estavam ganhando. Mas quando Merlim finalmente deu o sinal e Artur brandiu sua espada, ela brilhou tanto que os soldados inimigos ficaram confusos. A sorte mudou e Artur saiu vitorioso. Em outro confronto, Merlim garantiu a vitória de Artur com um feitiço que fez todos os soldados inimigos caírem no sono no campo de batalha.
Dizem que Merlim tinha o dom da transfiguração e que podia se transformar em uma criança, um velho, uma mulher, um anão ou um animal quando quisesse. Ele podia controlar o mar agitado e fazer com que as paredes do castelo de Artur, Camelot, derrubassem os inimigos que tentassem escalá-las. Mas, apesar dessas habilidades extraordinárias, o grande mago cometeu um erro tolo que causou sua ruína. Ele se apaixonou pela feiticeira Vivien (também chamada de A Dama do Lago) e lhe revelou seus segredos mágicos. Usando o que aprendeu contra ele, ela lançou um feitiço que o aprisionou para sempre em um carvalho.
Contudo, o lugar de Merlim na literatura e nas lendas é tão importante que nenhum outro mago alcançou seu renome. Sua combinação de sabedoria e destreza chamou a atenção de artistas de todos os tipos, e ele foi um personagem importante de inúmeras obras de ficção, peças de teatro e filmes. Não é de admirar que Alvo Dumbledore inclua que rece­beu a Ordem de Merlim em sua correspondência oficial de Hogwarts. E uma honra que deixaria qualquer mago orgulhoso.


Pedra Filosofal, 4






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