(...) Quando
Harry cursa seu primeiro ano em Hogwarts (onde a Pedra está escondida e
guardada por feitiços e encantamentos), Flamel ainda está vivo e
saudável, e mora com sua mulher, Perenelle, em Devon, Inglaterra. Podemos dizer
que já é um senhor de idade, pois tem, no livro, 656 anos. Essa é
aproximadamente a idade que o Nicholas Flamel histórico teria se estivesse vivo
até hoje, pois Flamel existiu e foi de fato um alquimista.
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Nicholas Flamel é
mais conhecido pelos fãs de Harry Potter como o alquimista medieval que
descobriu a Pedra Filosofal - uma substância milagrosa que podia
transformar metais em ouro e produzir um elixir de imortalidade. Quando Harry
cursa seu primeiro ano em Hogwarts (onde a Pedra está escondida e guardada por feitiços
e encantamentos), Flamel ainda está vivo e saudável, e mora com sua
mulher, Perenelle, em Devon, Inglaterra. Podemos dizer que já é um senhor de
idade, pois tem, no livro, 656 anos.
Essa é aproximadamente a idade que o Nicholas
Flamel histórico teria se estivesse vivo até hoje, pois Flamel existiu e foi de
fato um alquimista, teve uma mulher chamada Perenelle e, se acreditarmos em
seus relatos, descobriu a lendária Pedra em seu laboratório alquímico em 17 de
janeiro de 1382.
Muito do que sabemos sobre Flamel nos chegou
através
de seu livro Heiroglyphica, onde ele conta como se tornou, quase que por
acidente, um alquimista. Quando nasceu, em torno de 1330, na pequena cidade de Pontoise,
França, a alquimia já era praticada na Europa Ocidental. Com base nas práticas
dos antigos gregos e egípcios que trabalhavam com metais, os segredos da
alquimia atravessaram o mundo árabe
e, por volta de 1200, já estavam disponíveis na Europa, em livros escritos em
latim. Esses livros descreviam equipamentos de laboratório sofisticados,
ingredientes químicos e procedimentos complexos por meio dos quais era possível
criar a Pedra Filosofal e adquirir riquezas formidáveis, sem falar na promessa
de vida eterna. A alquimia também era considerada uma prática espiritual: com
uma atitude humilde e devoção à tarefa, o próprio alquimista podia ser elevado
a um estado de pureza e grandeza. Enquanto muitas pessoas tinham uma atitude
cética em relação às duas posições, inúmeras outras montaram laboratórios
caseiros e dedicaram suas vidas a tentar produzir a Pedra.
Quando jovem, entretanto, Flamel não
se interessava particularmente pela alquimia, apesar de ter, com certeza,
ouvido falar dela. Ele era bastante culto para um homem de sua época, sendo
letrado tanto em latim quanto em francês, e, quando chegou a hora de se
estabelecer por conta própria, se mudou para Paris e começou a trabalhar como
copista, notário e mercador de livros. Muitos dos contemporâneos de Flamel não
sabiam ler nem escrever, e quando precisavam registrar alguma negociação procuravam
um escrivão profissional. Flamel também copiava livros e manuscritos (a
imprensa só seria inventada cem anos mais tarde) e ganhava um dinheiro extra
dando aulas de caligrafia aos ricos, ensinando-lhes, entre outras coisas, como
assinar o próprio nome. Sua primeira loja ficava em um pequeno estande de
madeira na rua dos notários, mas, à medida que seu bem-sucedido negócio
crescia, ele contratou uma equipe de assistentes, comprou uma casa próxima e
mudou sua loja para o primeiro andar. Ele também conheceu e se casou com
Perenelle, uma viúva atraente e rica.
Até esse ponto, a vida do jovem escrivão era
bastante comum. Mas tudo isso mudou quando um estranho entrou em sua loja e lhe
vendeu um livro que mudaria sua vida para sempre. “Caiu em minhas mãos”,
escreveu ele, “pelo equivalente a dois florins, um livro dourado, grande e
muito velho. Não era feito de papel ou pergaminho, como os outros livros, mas
apenas de uma fina casca de árvore. A capa era de cobre, extremamente delicada,
e toda gravada com símbolos estranhos.”
Os processos
alquímicos geralmente levavam semanas, ou meses, para
serem completados. Nicholas Flamel tinha apenas uma assistente, sua mulher
Perenelle.
Flamel estudou o livro e acabou se
convencendo de que ele continha o segredo para a criação
da Pedra Filosofal. Contudo, para fazer a Pedra, era preciso antes entender o
livro. Como todos os livros sobre alquimia, esse era quase todo escrito em uma
língua propositalmente cifrada. Além disso, os segredos mais profundos não
estavam explicados em palavras, mas sim em figuras simbólicas misteriosas. Um
determinado desenho, por exemplo, mostrava um deserto repleto de nascentes
belíssimas, cheias de serpentes. Um outro retratava um arbusto no alto de uma
montanha, cercado de grifos e dragões.
Flamel copiou os desenhos (ninguém,
exceto Perenelle, teve acesso ao livro original), mostrou-os a seus colegas e
os pendurou em sua loja, na esperança de que alguém pudesse explicar o que
significavam. Ninguém conseguiu. Foi provavelmente nessa época que Flamel
montou um laboratório alquímico e começou a experimentar, baseando seus
procedimentos nas partes do livro que ele entendia. Mas nada funcionava. A
tradição alquímica exigia que aqueles que quisessem aprender “a arte” fossem
iniciados em seus segredos por um mestre. Então, depois de muitos experimentos
malsucedidos, Flamel finalmente procurou e encontrou um mestre, que vivia na
Espanha. Tendo enfim compreendido os verdadeiros segredos do livro,
Flamel voltou para Paris, onde, depois de três anos de trabalho intensivo,
atingiu seu objetivo. “Eu joguei a Pedra vermelha em uma porção de mercúrio”,
escreveu ele, “com Perenelle como única testemunha, e ela foi realmente
transmutada em quase a mesma quantidade de ouro.”
Flamel fabricou ouro, disse ele, apenas três
vezes. Mas era muito mais do que ele precisava. Ele e Perenelle viveram
modestamente e usaram o dinheiro para ajudar os outros. Durante os últimos anos
de suas vidas, eles fundaram e sustentaram catorze hospitais, encomendaram monumentos
religiosos, construíram capelas, pagaram pela manutenção de igrejas e
cemitérios e fizeram doações generosas para órfãos e viúvas pobres. Perenelle
morreu em 1 397 e Flamel passou seus últimos anos escrevendo sobre alquimia.
Ele morreu em 22 de março de 1417 e foi enterrado na Igreja Saint-Jacques la
Boucherie, perto de sua casa.
O que aprendemos com a história
de Flamel? Ele conseguiu mesmo fazer ouro? Ou será que inventou tudo - o livro
antigo, a viagem à Espanha, a Pedra Filosofal? Nossa única fonte de informação
é o próprio Flamel. Mas alguns fatos não deixam dúvidas. Nicholas Flamel
existiu de verdade, assim como suas doações e boas ações (alguns dos monumentos
que ele construiu duraram vários séculos), e a história de sua busca alquímica
ajudou a manter viva a crença de que a alquimia era uma ciência de verdade e
que a Pedra Filosofal podia ser fabricada.
No século XVII, a
história de Flamel já tinha virado lenda. Contava-se que, logo após sua morte,
saqueadores invadiram sua casa e a reviraram em busca de ouro. Não encontrando
nada, eles abriram o caixão do grande alquimista, esperando encontrar um pedaço
da Pedra. Em vez disso, encontraram o caixão vazio - nada de Pedra e nada de
Flamel! Disseram então que nem Flamel nem Perenelle haviam morrido realmente.
Eles teriam usado a Pedra para se tornarem imortais. Subitamente dezenas de
aparições de Flamel começaram a ser relatadas. Um emissário do rei Luís XIV, por
exemplo, dizia que eles estavam morando na índia. Em 1761, eles foram
supostamente vistos assistindo a uma apresentação na Ópera de Paris. E, mais
recentemente, segundo um boato espalhado pelo próprio Alvo Dumbledore, o casal
estava pensando em desistir da imortalidade em troca de um bom e longo
descanso.
Pedra Filosofal, 13
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