De certa forma, todos nós
sabemos como é se sentir petrificado: ficar possuído por um medo tão grande que
você não seja nem mesmo capaz de se mover. Mas, felizmente, nenhum de nós teve
a desagradável experiência, vivida por Hermione, de ser literalmente petrificado,
ou seja, transformado em pedra.
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De certa forma, todos nós
sabemos como é se sentir petrificado: ficar possuído por um medo tão grande que
você não seja nem mesmo capaz de se mover. Mas, felizmente, nenhum de nós teve
a desagradável experiência, vivida por Hermione, de ser literalmente petrificado,
ou seja, transformado em pedra.
Na mitologia da Grécia
antiga, muitos pobres coitados souberam como era ter seus membros endurecidos e
imobilizados para sempre. Algumas foram vítimas da Medusa. Seu rosto pavoroso e
seu cabelo formado por cobras a tornavam tão medonha que qualquer pessoa que
olhasse para ela se transformava imediatamente em pedra. A caverna onde vivia
era repleta de estátuas de todos aqueles que ousaram se aproximar dela. A
Medusa foi morta pelo jovem herói Perseu, que cortou sua cabeça olhando apenas
para seu reflexo no escudo, evitando, assim, a visão direta e fatal do rosto.
Mesmo depois de sua morte, a cabeça da Medusa conservou o poder de
Petrificação, e Perseu levou seu troféu consigo em muitas aventuras, tirando-o
do saco e erguendo-o sempre que precisava deter seus inimigos.
Mas transformar pessoas em pedra não
era, de forma alguma, um prazer reservado apenas à Medusa. A Petrificação
também era uma punição aplicada pelos deuses do Olimpo, principalmente a
mortais que eles consideravam arrogantes ou desobedientes. O caso mais famoso é
o de Níobe, rainha de Tebas, que deixou os deuses furiosos ao se gabar por ter
doze filhos enquanto a deusa Leto só tinha dois. Indignados com o insulto
dirigido à mãe, os filhos de Leto, Apoio e Artemis, desceram rapidamente dos
céus e mataram todos os filhos de Níobe com suas flechas. Em desespero, a mãe
começou a chorar incontrolavelmente. Caída no chão e imobilizada pela tristeza, foi transformada em
uma pedra que estaria eternamente molhada por lágrimas.
A Petrificação também é um tema
constante no folclore, principalmente nos lugares onde formações rochosas
incomuns levam as pessoas a reconhecerem seres humanos ou animais em seus
contornos. Em uma cidade da Alemanha, onde os penhascos parecem homens (pelo
menos para os que têm uma imaginação mais fértil), os habitantes locais contam
a história de um grupo de anões montanheses que celebravam um casamento quando
foram transformados em pedra por um fantasma malvado. Na Escandinávia, dizem
que as rochas com formato estranho são os corpos petrificados de trasgos,
transformados em pedra quando não conseguiram voltar para seus lares
subterrâneos antes que o dia amanhecesse.
No folclore britânico,
a Petrificação de pessoas é usada como explicação para a existência de centenas
de círculos de pedras. Esses monumentos misteriosos foram, na verdade,
construídos pelos povos pré-históricos do Oeste europeu entre os anos 3000 e
1200 a.C. Em uma lenda local, “Long Meg and Her Daughters”, conta-se que o
círculo de pedras em Cumbria, na Inglaterra, era local de um encontro de bruxas
que foram transformadas em pedra por um mago que as descobriu. Dizem, também,
que um dos círculos de Stanton Drew, em Avon, também na Inglaterra, contém a
noiva, o noivo, os dançarinos e os violinistas de uma festa de casamento,
todos transformados em pedra pelo Diabo, que participou da comemoração
disfarçado.
Os Estados Unidos não
possuem monumentos de pedra misteriosos, mas isso não impediu que seus
habitantes se interessassem pelas histórias de Petrificação. Durante o século XIX, os
jornais americanos publicaram dezenas de notícias sobre a descoberta de corpos
humanos petrificados enterrados no solo, sentados em pedregulhos ou mumificados
em troncos de árvore. Houve até relatos de pessoas que disseram ter visto
outras pessoas serem transformadas em pedra diante de seus olhos! Tudo não
passou de invenção de jornalistas ambiciosos que precisavam ocupar espaço e
entreter seu público ingênuo. O autor de Huckleberry Finn, Mark Twain,
escreveu uma história absurdamente exagerada a respeito disso na esperança de mostrar como a
idéia era ridícula, mas, para sua grande decepção, isso só piorou a situação,
pois seus leitores ficaram ainda mais curiosos sobre o assunto.
Câmara
Secreta, 9
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