quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 66







     Poções são bebidas notáveis preparadas com ingredientes extra­ordinários. Elas sempre foram um elemento fundamental do arse­nal de qualquer mago. As bruxas da mitologia clássica preparavam poções para recuperar a juventude, transformar homens em [...].



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Poções são bebidas notáveis preparadas com ingredientes extra­ordinários. Elas sempre foram um elemento fundamental do arse­nal de qualquer mago. As bruxas da mitologia clássica preparavam poções para recuperar a juventude, transformar homens em animais e para se tornarem invisíveis. Lendas medievais e contos de fadas falam de poções do sono, de amor, de esquecimento, e de poções para provocar inveja e brigas. Alice, em seu passeio pelo País das Maravilhas, bebe uma poção que a deixa pequena e outra que a deixa grande. E foi uma poção que transformou Harry e Rony, pelo menos em termos de aspecto exter­no, nas duas pessoas de quem eles menos gostam: Crabbe e Goyle.
As lendas sobre os poderes mágicos das poções (do latim potio, que significa “beber”) com certeza tiveram origem nos efeitos bem reais que muitas substâncias têm sobre o corpo e a mente. Tônicos que dão sono, causam alucinações e paralisia, aumentam ou diminuem os batimentos cardíacos e intoxicam ou confundem o cérebro sempre foram usados tanto para curar quanto para prejudicar. Não é difícil imaginar que, com a combinação certa de ingredientes, seja possível criar uma poção que faça o corpo mudar sua forma ou então alterar os sentimentos de quem bebe do amor para o ódio.
O que impressiona em muitas poções, inclusive naquelas do livro de receitas de Hogwarts, são os ingredientes repugnantes que elas geral­mente contêm. Essa respeitável tradição remonta à Grécia e Roma anti­gas, onde poções de verdade, que eram usadas tanto como remédio quanto para obter resultados mágicos, geralmente requeriam sangue de morcego, besouros esmagados, sapos, penas, lagartos pulverizados, gar­ras de animais, esqueletos de cobras, tripas de animais, além de vários tipos de ervas secas e frescas. Outros ingredientes populares, imortaliza­dos pelas bruxas da peça Macbeth, escrita por Shakespeare, são o olho de Salamandra, o dedo de sapo, pele de morcego e a língua de cachorro.
Por que besouros? Por que sapos? Não há uma explicação para os in­gredientes dessas poções que pareça racional para nossas mentes moder­nas. Entretanto, é óbvio que o uso de certas partes de animais era um reflexo da antiga crença que dizia que as características de determinado animal eram incorporadas ao comê-lo. Por exemplo, como se acreditava que os morcegos podiam ver no escuro, beber uma poção que contivesse morcegos ou olhos de morcego (ou esfregar sangue de morcego nos próprios olhos) faria a visão melhorar. Da mesma forma, as pernas de uma lebre tornariam uma pessoa mais veloz e a carne ou o casco de uma tartaruga (que vive muitos anos) aumentaria a duração da vida. Rony e Harry seguem o mesmo princípio ao adicionar fios de cabelo de Crabbe e Goyle à poção Polissuco para adotar a mesma aparência física de seus inimigos. (Uma superstição antiga adverte que não se deve deixar cabe­los e unhas largados onde uma bruxa ou bruxo do mal possam pegá-los para usar contra você.) O uso freqüente de sapos em poções pode ter sido inspirado nos efeitos reais da substância asquerosa que eles secre­tam quando amedrontados - exatamente como eles deviam se sentir a caminho do caldeirão. Essa substância química tóxica, também conheci­da como “leite de sapo”, pode causar alucinações e tem o mesmo efeito sobre o coração que o remédio di­gitalina, que aumenta as contra­ções do músculo e, ao mesmo tempo, diminui seus batimentos.


Até mesmo as damas da aristocracia com­pravam poções de amor, algumas vezes para uso próprio, outras para conseguir um bom casamento para filho ou filha.

Atingir o coração, mas de forma bastante diferente, é o objetivo das poções de amor. Também conhecidas como filtros, essas poções (que são proibidas em Hogwarts) fazem parte das lendas e das práticas mágicas desde a antigüidade, quando eram tão comuns quanto mascar chiclete hoje em dia. Fabricadas e vendidas por curandeiros e adivinhos locais, as poções de amor eram conhecidas por fazerem a pessoa que as bebia se apaixonar instantaneamente por quem lhe oferecia a poção. Eram usadas principalmente, mas não exclusivamente, por mulheres - os homens preferiam usar feitiços — e geralmente misturadas à bebida favorita da pessoa amada. Como de costume, os ingredientes eram estranhos: uma receita genuína requeria os ossos pulverizados do lado esquerdo de um sapo que tivesse sido comido por formigas. Na Roma antiga, tantas pes­soas ficaram doentes por beber poções de amor que, no início do Império, a venda de filtros do amor foi declarada ilegal. Aparentemente, o decreto não teve muito efeito, já que as poções continuaram a ser usadas ao longo dos séculos.
Na Idade Média, as poções de amor se tornaram mais saborosas, pois a maioria passou a ter como ingrediente ervas e não animais. Uma fór­mula bastante comum era preparada com laranjas, raiz de mandrágora, verbena e semente de samambaia. Isto poderia ser misturado em água, chá ou vinho. As poções de amor começaram a sair de moda nos séculos XVII e XVIII, quando os feitiços e encantamentos passaram a ser as for­mas preferidas de conquistar alguém através da magia. As poções de amor mais usadas nos dias de hoje funcionam de forma ligeiramente diferente, são vendidas em lojas e comumente conhecidas como perfume.


Pedra Filosofal, 8






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