Se você estiver interessado em aprender o
abecedário da magia, é melhor se inscrever na aula de runas antigas em
Hogwarts. Conjunto de letras e símbolos derivados do mais antigo alfabeto
alemão conhecido, as runas sempre foram associadas à magia e ao mistério. De
fato, a palavra runa, ou roun significa “mistério” ou “segredo”
em dinamarquês.
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Se você estiver interessado em aprender o
abecedário da magia, é melhor se inscrever na aula de runas antigas em
Hogwarts. Conjunto de letras e símbolos derivados do mais antigo alfabeto
alemão conhecido, as runas sempre foram associadas à magia e ao mistério. De
fato, a palavra runa, ou roun significa “mistério” ou “segredo”
em dinamarquês.
Segundo a antiga lenda germânica,
as primeiras runas foram descobertas pelo deus escandinavo Odin, que se
submeteu bravamente a um doloroso ritual de autoflagelação em sua busca pelo
conhecimento. Depois de furar seu abdome com uma lança, Odin ficou pendurado
por nove dias nos galhos da árvore da vida escandinava. A medida que seu corpo
se mexia com o vento, alguns galhos se quebravam e caíam no chão, formando o
desenho do alfabeto rúnico.
E claro que as evidências
históricas descrevem uma situação ligeiramente diferente. As provavelmente
runas foram inventadas por mortais na Dinamarca ou na Suécia por volta do ano
200 d.C. As primeiras runas germânicas (conhecidas como runas futhark) eram
extremamente primitivas, freqüentemente formadas apenas por um conjunto de
linhas retas dispostas em combinações diversas. Elas eram usadas para uma
grande variedade de finalidades não-mágicas, tais como escrever cartas, dar
instruções e identificar propriedades. Uma das inscrições rúnicas mais
conhecidas, na pedra Sigurd na Suécia, celebra a construção de uma ponte.
Entretanto, desde o princípio
as runas foram dotadas de um significado mágico. Eram usadas pelos vikings e
outros povos germânicos como ferramentas de adivinhação. Também eram
gravadas em suas espadas para tornar seus guerreiros invencíveis nas batalhas.
Serviam para criar amuletos de pedra que afastavam doenças e feitiços. Eram
cinzeladas em lápides
para intimidar os ladrões de sepultura. Por volta de 450 d.C., as runas também
se tornaram populares na Inglaterra, onde os mágicos anglo-saxões
usavam-nas para fabricar amuletos e para prever o futuro.
Uma seleção de runas nórdicas com suas
interpretações tradicionais.
Até hoje foram encontradas mais de quatro
mil inscrições rúnicas na Suécia, Noruega, Dinamarca e Inglaterra, a maioria
datando do apogeu da era viking, por volta de 800 d.C. As runas não foram
apenas encontradas em armas, amuletos e lápides: também estavam presentes em
moedas, jóias e em misteriosas placas de madeira. Há até algumas runas
inscritas na borda da penseira mágica do professor Dumbledore.
Infelizmente, durante o último
milênio, a popularidade do alfabeto latino levou a um declínio drástico do
número de pessoas capazes de ler runas. Hoje, apesar dos nobres esforços de
algumas instituições como Hogwarts, apenas alguns magos e trouxas ainda são
capazes de interpretar essas letras misteriosas que custaram tanto ao pobre
Odin.
Cálice de Fogo, 30
JOGAR
RUNAS
A prática antiga de usar runas para ver o
futuro, conhecida como jogar runas, sofreu um extraordinário retorno à popularidade
no século passado. Quando os vikings e os anglo-saxões usavam as runas para a
adivinhação, eles começavam gravando símbolos rúnicos em finas tiras de madeira
cortadas de árvores frutíferas. Essas tiras eram lançadas ao acaso sobre um
pano branco limpo e, então, um vidente, ou mestre das runas, escolhia três
delas (enquanto olhava para o céu em busca de inspiração divina) e as
interpretava. Hoje, um aspirante a adivinho pode comprar um conjunto contendo
de dezesseis a trinta e três “pedras rúnicas” — redondas ou retangulares,
feitas de pedra ou barro e inscritas com letras rúnicas. Usando um sistema
moderno mais simples para jogar runas, as pedras são misturadas em uma sacola e
depois espalhadas sobre uma superfície plana. Alguns jogadores de runas “lêem”
todas as pedras que caem com a inscrição para cima. Outros fecham os olhos e
escolhem apenas três, que representam o passado, o presente e o futuro.
Enquanto muitos jogadores de runas baseiam suas leituras apenas no que os
estudiosos descobriram sobre os antigos significados dos símbolos, muitos
inventaram seus próprios sistemas de interpretação.
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