quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 70







Acreditava-se que as salamandras da antiguidade, assim como as que Hagrid leva para a aula de Trato das Criaturas Mágicas, podiam brincar nas chamas mais quentes sem se queimar. Diz a lenda que elas não ape­nas podiam sair ilesas como também sua pele gelada era capaz de apagar as chamas ao tocá-las.



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A maioria das pessoas vê a Salamandra como um pequeno anfíbio bonitinho e colorido que pode ser encontrado em passeios pela floresta. Se você já viu uma, provavelmente parou um segundo para examiná-la e, então, continuou seu passeio sem pensar duas vezes. Nos séculos passados, no entanto, essas minúsculas criaturas parecidas com lagartos causavam quase sempre exclamações de surpresa e de encanto. Acreditava-se que as salamandras da antigüidade, assim como as que Hagrid leva para a aula de Trato das Criaturas Mágicas, podiam brincar nas chamas mais quentes sem se queimar. Diz a lenda que elas não ape­nas podiam sair ilesas como também sua pele gelada era capaz de apagar as chamas ao tocá-las.


A resistência ao fogo da maravilhosa Salamandra era discutida com entusiasmo nas antigas Grécia e Roma. Em sua História Natural, o escritor romano Plínio o Velho conta que a valente Sala­mandra ficava tão ani­mada ao ver chamas que corria a toda velocidade em direção ao fogo, co­mo se quisesse derrotar um inimigo. Pessoas de imaginação mais fértil diziam que as salaman­dras deveriam ser usadas para apagar o fogo quando uma casa estivesse em chamas! Outros pensadores antigos, no entan­to, tinham uma visão mais cética em relação a essas idéias e decidiram fazer alguns experimentos. O médico romano Galeno e outros relataram ter capturado algumas salamandras, atirado-as ao fogo e assistido enquanto viravam carvão.
Apesar de referências a vários experimentos como esse, a crença na imunidade da Salamandra ao fogo foi mantida até o Renascimento, quan­do um tecido chamado de “lã de Salamandra”, que diziam ter proprie­dades contra o fogo, era vendido bem caro. Esse tecido era usado para fazer roupas para as pessoas que trabalhavam próximas ao fogo, bem como envelopes para enviar itens preciosos (e inflamáveis). Embora não exista lã de Salamandra (as salamandras não têm nem pêlo), os que com­praram o tecido tiveram sorte. O material era de fato resistente ao fogo. Ao que parece, os comerciantes descobriram que poderiam cobrar mais pelo tecido se dissessem que vinha do lendário “lagarto” e não de sua fonte verdadeira - o amianto.
Embora a idéia de que as salamandras sobrevivem ao fogo seja falsa, a origem dessa crença é bastante clara. As pessoas realmente vêem sala­mandras andando sobre cinzas. Isso ocorre porque elas gostam de hibernar em troncos velhos. Quando esses troncos são jogados nas fogueiras, as salamandras vão junto. Acordadas de forma tão desagradá­vel, elas conseguem, de vez em quando, escapar das chamas, protegidas durante um ou dois segundos pela secreção natural de sua pele. Embora esse feito não tenha nada de milagroso, ele fez com que a Salamandra ganhasse espaço na imaginação popular, assim como no dicionário: além de ser um anfíbio pequeno, a Salamandra é um “operário que, nas fundições e nas regiões petrolíferas, penetra nas caldeiras quentes a fim de consertá-las ou enfrenta os incêndios dos poços de petróleo para apagá-los” (cf. Dicionário Aurélio).


Prisioneiro de Azkaban, 12






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