quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 71







Harry tem Edwiges, Hermione tem Bichento e Neville tem a com­panhia de seu amado sapo, Trevo. Assim como as corujas e os gatos, os sapos sempre foram associados a bruxas e bruxos nas lendas e tradições populares. Apesar de não haver dúvidas de que Trevo é sim­pático e inofensivo, a maioria dos sapos tem uma reputação bem ruim.



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Harry tem Edwiges, Hermione tem Bichento e Neville tem a com­panhia de seu amado sapo, Trevo. Assim como as corujas e os gatos, os sapos sempre foram associados a bruxas e bruxos nas lendas e tradições populares. Apesar de não haver dúvidas de que Trevo é sim­pático e inofensivo, a maioria dos sapos tem uma reputação bem ruim.
Durante os anos de caça às bruxas na Inglaterra e na Escócia do sécu­lo XVI, dizia-se que as bruxas criavam sapos como seus “familiares”, ou seja, demônios menores disfarçados de animais que podiam causar todo tipo de mal em nome de suas donas. Afinal de contas, não é bem mais fácil para um sapo rastejar até o poço do vizinho e envenenar a água, ou colocar um amuleto do mal debaixo do travesseiro da vítima? Também havia rumores de que os sapos tinham um papel importante em cerimô­nias de iniciação de novas bruxas, que podiam ter que criá-los ou beijá-los como parte do juramento de lealdade ao Diabo. Além disso, dizia-se que as bruxas se transformavam em sapos de vez em quando.
Em relatos colhidos em julgamentos de bruxas, algumas testemunhas afirmavam tê-las visto batizando seus sapos, vestindo-os com roupas de veludo preto ou escarlate e amarrando pequenos sinos em suas patas. Tal cuidado mostrava que as bruxas eram bastante apegadas a seus animais de estimação, e muitas pessoas achavam arriscado machucar um sapo, com receio de que fosse o companheiro verruguento de uma delas. Há história inglesa sobre uma senhora idosa que saiu com seus três sapos de esti­mação, Duke, Dick e Merryboy, em uma cesta. Quando ela parou para olhar três fazendeiros cortando o trigo, um dos sapos escapou e pulou, ficando no caminho da Ceifeira. Rindo, o fazendeiro deixou que a lâmina passasse por cima dele, matando-o. “Vocês vão ver só!”, gritou a mulher.
“Nenhum de vocês vai terminar o trabalho de hoje!” Poucos instantes depois, o primeiro fazendeiro cortou a própria mão com a Ceifeira. Logo depois, o segundo homem cortou a ponta do sapato. Em seguida, o ter­ceiro abriu um buraco de um lado a outro de sua bota. Assustados, os fazendeiros fugiram do campo sem terminar o trabalho do dia.


Segundo a crença popular, as bruxas vestiam seus animais de
estimação com pequenos mantos e prendiam sinos em seus calcanhares.
Pelo visto, esses sapos gostaram de suas roupas de festa.

De acordo com algumas histórias populares, no entanto, a relação entre bruxas e sapos nem sempre era tão boa. Qualquer sapo que não tivesse a sorte de ser criado como um animal de estimação era considera­do matéria-prima para preparar poções e lançar feitiços. Para se livrar de um inimigo, a bruxa batizava um sapo com o nome da pessoa e depois o matava de uma forma especialmente desagradável. Onde quer que a víti­ma estivesse, ela supostamente teria o mesmo destino. Para ficarem invisíveis, as bruxas aplicavam uma loção para a pele feita de saliva de sapo e seiva de serralha.



PEDRAS-DE-SAPO

Sem dinheiro para comprar um diamante? Que tal uma pedra-de-sapo? Essas pedras cinza ou marrom-claro podem não reluzir na luz do sol, mas dizem as lendas que esses obje­tos mágicos mudam de cor ou temperatura na presença de veneno. Geralmente usadas em anéis ou outras jóias, eram bastante populares durante a Idade Média, quando se acre­ditava que eram retiradas das cabeças de sapos muito velhos.
Segundo a tradição, a pedra-de-sapo podia ser retirada da cabeça do animal quando necessário, mas ele também podia vomitá-la gentilmente se alguém pedisse. Se lhe derem um anel com pedra, você pode ver se ela é verdadeira ou não colocando-a em frente a um sapo. Se ele pular para a frente, ela é genuína. Contudo, se ele der as costas com desprezo, é falsa. Na verdade, todas as pedras-de-sapo são pedras comuns com uma cor e um formato que lembram vagamente os de um sapo.
Além de servirem como detectores de veneno, eram tidas como talismãs que ajudavam a encontrar a felicidade perfei­ta e a vencer as batalhas. Também eram usadas como amule­tos para proteger casas e barcos. Finalmente, acreditava-se que tinham poder de cura quando colocadas sobre mordidas ou picadas.




É provável que a idéia de que os sapos eram ingredientes essenciais em poções malignas tenha se originado no fato de eles secretarem um veneno brando quando assustados. Os efeitos desse mecanismo de defe­sa já foram bastante exagerados, como fica claro através da afirmação de Aelian, um escritor romano do século III, que dizia que um gole de vinho misturado com sangue de sapo causava morte instantânea. Em 1591, um grupo de bruxas confessas tinha admitido que planejavam envenenar o rei Jaime VI da Escócia mergulhando uma peça de sua roupa no veneno de uma rã negra. O plano só falhou, segundo elas, porque não con­seguiram uma peça de roupa apropriada. Contudo, afirmaram que, se fossem bem-sucedidas, o rei teria morrido em extrema agonia. Não só o rei continuou vivo, como também acabou tornando-se rei da Inglaterra e escreveu sua Demonologia, um livro que apoiava a caça às bruxas.
O resultado dessa ligação antiga entre sapos e bruxaria é que o estar perto demais de sapos foi, durante muito tempo, considerado arriscado. Até o século XVIII, o simples olhar desses pequenos anfíbios era con­siderado perigoso por algumas pessoas, que acreditavam que ele podia causar desmaios, palpitações e convulsões. Também diziam que os sapos mordiam o gado e outros animais causando doenças. Livrar-se dos sapos, contudo, era complicado. Mesmo sem bruxas por perto, as pessoas hesi­tavam em matá-los porque achavam que isso causava temporais. Uma outra idéia seria simplesmente levar as criaturas para outro lugar. Mas também não era muito aconselhado tocá-las, pois você poderia ficar cheio de verrugas.


Pedra Filosofal, 6






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